Campanha
de Hillary vai participar de recontagem de votos
- 27/11/2016 12h09
- Estados Unidos
José
Romildo - Correspondente da Agência Brasil
A equipe que comandou a campanha
para presidente dos Estados Unidos da ex-candidata pelo Partido Democrata,
Hillary Clinton, informou ontem (26) à noite que pretende apoiar o esforço
iniciado pelo Partido Verde de solicitar a recontagem de votos dados pelos
eleitores no estado norte-americano de Wisconsin. O pedido de recontagem foi
feito oficialmente na última sexta-feira (25), duas horas antes do encerramento
do prazo, pela ex-candidata do Partido Verde, Jill Stein. Funcionários
eleitorais de Wisconsin devem iniciar a recontagem nas próximas horas.
As eleições para a presidência
dos Estados Unidos foram realizadas em 8 de novembro de 2016 com a vitória do
candidato do Partido Republicano, Donald Trump. A contagem dos votos porém
ainda não foi concluída.
Com a adesão, Hillary Clinton
quebra o silêncio que sua equipe de campanha tinha imposto inicialmente sobre o
assunto. Ao anunciar que iria acompanhar o assunto, o advogado da campanha de
Hillary, Marc Elias, informou que os que apoiaram a candidata do Partido
Democrata querem ver um processo "justo" para todos os que entraram
na corrida eleitoral.
"Não tínhamos descoberto
nenhuma evidência de pirataria ou tentativas externas de alterar a tecnologia
de votação, [e por isso] não tínhamos planejado exercer essa opção [de
solicitar a recontagem]", disse Marc Elias, ao explicar porque a equipe de
Hillary Clinton demorou em apoiar a decisão do Partido Verde. O advogado
acrescentou que, agora, a equipe "vai participar" do acompanhamento
da recontagem, "para que ela seja justa para todos".
O comitê de campanha de Jill
Stein está levantando fundos entre os seus eleitores para tentar arrecadar US$
7 milhões para cobrir as despesas necessárias para a recontagem de votos. Até
ontem (26), o Partido Verde já tinha arrecadado US$ 5,9 milhões.
Reação de Trump
Saiba
Mais
O presidente eleito, Donald
Trump, criticou o pedido do Partido Verde. Em mensagem pelas redes sociais,
Trump considerou a iniciativa como "um embuste do Partido Verde para uma
eleição que já foi resolvida".
Em um comunicado, Trump disse que
"esta recontagem é apenas uma maneira [de a candidata pelo Partido Verde
Jill Stein], que recebeu menos de um por cento do total de votos e não estava
nem mesmo na cédula em muitos estados, de encher seus cofres com dinheiro,
sendo que a maior parte [desse dinheiro] ela nunca vai gastar com isso".
Em postagem no Twitter, Trump
também criticou a equipe de Hillary Clinton por aderir à recontagem. "A
farsa do Partido Verde para encher seus cofres, pedindo uma [recontagem]
impossível agora está sendo reforçada pelos Democratas, maus perdedores e
desmoralizados".
A Comissão Eleitoral de Wisconsin
confirmou que recebeu uma petição de recontagem de Jill Stein, bem como
candidato independente Rocky De La Fuente, menos de duas horas antes do fim do
prazo que terminava na sexta-feira.
Outros estados
A iniciativa de Jill Stein não
deve se limitar ao estado de Wisconsin. Ela lançou uma campanha nacional para
arrecadar fundos visando solicitar a recontagem dos resultados das eleições de
2016 também nos estados de Michigan e Pensilvânia.
O pedido de recontagem em
Wisconsin é um fato incomum levando-se em conta o número de votos obtidos pelos
candidatos (Jill Stein e Rocky De La Fuente) que solicitaram a recontagem. Jill
Stein recebeu apenas 31.006 votos em Wisconsin.
Em seu anúncio inicial, Jill
Stein falava em solicitar apenas auditoria no processo de contagem dos votos,
uma tarefa menos árdua e menos cara do que uma recontagem completa. O estado de
Wisconsin já estava inclusive iniciando uma auditoria, embora com abrangência
limitada.
Agora, cada voto - de um total de
2.975.313, em 1.853 jurisdições - terá de ser novamente registrado até 13 de
dezembro. Essa vai ser uma tarefa difícil de ser executada, de acordo com o
chefe da Comissão de Eleições de Wisconsin, Michael Haas. "O processo de
recontagem é muito detalhista, e esse prazo certamente desafiará alguns
municípios a terminar em tempo", disse Haas em um comunicado. Antes que os
votos sejam contados, as juntas de conselheiros de cada distrito irão examinar
listas de pesquisas, pedidos de ausência, boletim de voto ausente rejeitado e
cédulas provisórias para uma contagem adequada.
Edição: Lílian
Beraldo
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