Como
adversários da China podem se aproveitar da crise em Mianmar para atingi-la?
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2017/ Thein Zaw
11:57
18.09.2017(atualizado 00:45 19.09.2017) URL curta
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Em meio ao conflito entre
muçulmanos e budistas, a China está aumentando seu apoio diplomático e moral às
autoridades de Mianmar, enviando também ajuda humanitária para refugiados
muçulmanos de Mianmar em Bangladesh. Especialistas explicam como a crise com
muçulmanos Rohingya ameaça os interesses da China no país.
A China já tomou vários passos
para reforçar sua presença em Mianmar. Nomeadamente, abriu um escritório
diplomático na nova capital de Mianmar, Naypyidaw (desde 2005), embora
tradicionalmente, embaixadas estrangeiras estejam localizadas em Yangon —
antiga capital. O novo escritório tem por objetivo preparar a transferência da
embaixada chinesa da antiga capital para a nova, dando um exemplo para outros
países.
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REUTERS/ Simon Lewis
Além
disso, a China enviou ajuda humanitária urgente a Bangladesh para muçulmanos
que fugiram de Mianmar. Os países ocidentais, entretanto, ainda não pretendem
agir do mesmo modo.
Tal atividade crescente de Pequim
se deve ao fato da China ter muitos interesses econômicos e estratégicos em
Mianmar. Além disso, ela não quer que a crise atual dos Rohingya a afete.
Porém, há também forças externas que podem vir a usar a crise contra a China,
acredita especialista em assuntos do Oriente e professor da Universidade
Estatal de Moscou, Boris Volkhonsky.
De acordo com o especialista,
Mianmar é uma via muito curta de transporte de energia e de outros
recursos estratégicos do oceano Índico às províncias do sul da China, em
primeiro lugar para Yunnan.
"Como vias de transporte se
tornaram parte da grande política, há forças que não estão interessadas em que
a China receba o caminho mais curto para o oceano Índico. São, antes de todos,
os EUA, pois eles são o principal adversário econômico e geopolítico da
China", explicou o professor em entrevista à Sputnik
China.
É por esta razão que os
adversários da China estão interessados em criar uma situação de tensões e caos
controlado em Mianmar.
O especialista também sublinhou
que a derrota do Daesh na Síria e Iraque pode obrigar os militantes restantes a
procurar outro lugar para suas atividades. Mianmar é um destes lugares
possíveis, além do Iêmen. Nas Filipinas e Indonésia, frisa Volkhonsky, tais
grupos já existem.
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2017/ WANG ZHAO
Pequim
está muito preocupada com a possibilidade de grupos terroristas, inclusive
Daesh, penetrarem do Sudeste Asiático nas áreas sudoestes do país, tais como na
província de Yunnan, localizada na fronteira com Mianmar, segundo o jornal South China Morning Post.
De acordo com um especialista em
assuntos internacionais, que pediu anonimato, as preocupações indicadas
são reais.
"A crise com os Rohingya
continua crescendo, podendo levar a fusão de alguns extremistas locais com
forças terroristas do Oriente Médio. Tudo isso lança um grande desafio ao
Sudeste Asiático e à China, por isso é preciso tomar medidas preventivas",
opinou.
Concluindo, o especialista frisou
que a China acha muito importante preservar a paz e estabilidade em Mianmar,
pois forças terroristas podem aproveitar a crise atual religiosa para afetar
segurança não apenas em Mianmar, mas em todo o Sudeste Asiático, o que pode
prejudicar também a China.
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