China
manifesta apoio à decisão da Argentina sobre FMI
Governo de Macri anunciou nesta semana que poderá
recorrer ao fundo
Publicado
em 12/05/2018 - 19:02
Por Monica
Yanakiew - Repórter da Agência Brasil Buenos Aires
Desde que anunciou a retomada das negociações
com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente da
Argentina, Mauricio Macri, recebeu apoio de divesos países, inclusive alguns
inesperados, como o do governo da China. O presidente Xi Jinping se uniu ao
Departamento do Tesouro norte-americano e aos governos do Brasil, do Chile, da
Espanha e do Japão.
Xi Jinping não só manifestou seu
“firme apoio” aos esforços do governo argentino por manter a estabilidade
econômica, como também ofereceu ajuda, se necessário. No comunicado, o governo
chinês elogia Macri por ter adotado medidas “oportunas e enérgicas” para lidar
com os “fatores externos”. No caso, os aumentos das taxas de juros nos Estados
Unidos e do preço do barril de petróleo no mercado internacional que impactaram
vários países emergentes, além da Argentina.
O governo argentino decidiu
recorrer ao fundo em busca de apoio externo para equilibrar a situação
financeira do país. O ministro da Economia, Nicolas Dujovne, anunciou que já
conversou com a diretora executiva do FMI, Christine Lagarde, sobre a
possibilidade de um “empréstimo preventivo”, a taxas mais baixas que as do
mercado.
Após enfrentar diversas crises e
já ter tido necessidade de recorrer ao FMI outras vezes, o povo argentino
acompanha com muita atenção todas as ações do governo na economia. “Na
Argentina, termos como FMI e crédito stand-by fazem parte do jargão
popular e são sinônimos de ajuste e crise”, explica com o humor típico
argentino, o analista político Rosendo Fraga.
Para Fraga, a decisão de Macri em
recorrer ao fundo terá um preço em sua popularidade e no xadrez político do
país. “O presidente Mauricio Macri pagou um preço político por ter recorrido,
esta semana, ao Fundo – uma organização, que é rejeitada pela maior parte dos
argentinos e inclusive por dois de cada três simpatizantes da coalização
governista de centro-direita, o Cambiemos. No inconsciente coletivo, FMI e uma
má palavra”, diz Fraga.
O economista Gaston Rossi disse
que a expectativa é que o FMI exija o estabelecimento de determinadas metas
econômicas, como a redução do déficit fiscal, que atualmente representa 6% do
Produto Interno Bruto (PIB) e que o governo espera cortar pela metade. “Mas
dentro de um contexto de mudança de cenário externo, a Argentina se viu forçada
a buscar assistência do Fundo para tentar acalmar os mercados. Agora o
fundamental é mudar o ânimo dos investidores”, afirmou Rossi.
Edição: Amanda
Cieglinski
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